Exercendo o Controle Social do PNAE é o tema da 2ª Escuta Pública realizada pela Escola Municipal Rotary Autor: Ascom Semed

Categoria: Educação

Exercendo o Controle Social do PNAE é o tema da 2ª Escuta Pública realizada pela Escola Municipal Rotary

Ronnie Dantas
Publicado em - Atualizado
Evento realizado no auditório do Iespes contou com a participação de cerca de 200 alunos e representação da Semed, Fundeb, Gmef/San e Coopafs.

Esclarecer aos alunos e pais sobre a funcionalidade do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), conhecer e discutir as dificuldades enfrentadas na execução e fiscalização do Programa, oportunizar à comunidade escolar um momento de propor sugestões para a melhoria do mesmo, além de apresentar os resultados e as ações do projeto Exercendo o Controle Social do PNAE na Escola Municipal Rotary.

Esses foram alguns dos objetivos da 2ª Escuta Pública do PNAE, realizada na última quarta-feira (18) no auditório do Iespes.

Promovido pela Escola Rotary e tendo como pano de fundo a educação fiscal, o evento contou com a participação da Secretaria Municipal de Educação (Semed) como do órgão executor do PNAE em Santarém representada pela coordenadora do Núcleo de Alimentação Escolar, Vanda Maia, do Conselho Escolar, representado pelo professor Ormano Sousa, a representante do Grupo Municipal de Educação Fiscal (GMEF-SAN), Mara Nicolau e a representante da COOPAFS (Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar de Santarém), Lucilene Sousa.

A ideia é mostrar aos alunos a relação entre educação fiscal e alimentação escolar, a aplicação do recurso, como é gerido pela entidade executora (Semed), e como chega até a escola em forma de alimento.

Em contrapartida, os alunos têm um papel fundamental para um melhor êxito na aplicabilidade do recurso, principalmente evitando o desperdício de alimentos. Coube aos alunos apresentar os resultados e as ações do projeto Exercendo o Controle Social do PNAE na Escola Rotary.

Em pesquisa realizada na escola, nos turnos matutino e vespertino, os alunos avaliaram o índice de desperdício de itens do cardápio escolar: mingau, macarronada, sopa, risoto, vatapá e o misto de arroz, feijão, macarrão e frango.

A macarronada foi o item mais desperdiçado pelos alunos no turno matutino com quase 16 kg no primeiro semestre. Já no turno vespertino, o misto de arroz, feijão, macarrão e frango foi o mais desperdiçado com mais 4 kg.

Considerando o custo da alimentação escolar pago pelo governo federal de R$ 0,50 por aluno, os estudantes da Escola Rotary relacionaram o valor do recurso em relação à quantidade de “merenda” desperdiçada.

No turno matutino, a macarronada - item mais desperdiçado -  custaria ao governo R$ 21,91, enquanto que, no turno vespertino, a sopa, como item mais desperdiçado, custaria R$ 15,00 aos cofres públicos.

Vale ressaltar que, embora, ainda haja desperdício, os dados estatísticos demonstram que os números vêm diminuindo após a implantação do projeto.

Confira a pesquisa completa: https://santarem.pa.gov.br/storage/posts/September2024/B7IgxOoFyz57TRC9ob5lgU3F1A9TKXwuAuXlPUmj.pptx

Na plateia, pais de alunos também foram convidados a participar do evento, seja para apoiar ou mesmo contribuir no processo de discussão. Eles receberam um formulário eletrônico pelo qual poderiam sugerir melhorias para o programa.

Para o casal Flavio e Heloane Hage, pais da aluna Ana Hage, o evento foi de suma importância.

“Eu acho que é muito importante, mesmo porque eles acham que tudo é de graça, né? Então, têm que ter consciência de que aquela merenda escolar, aquela alimentação, na verdade, ela sai de nós, não é totalmente de graça e que o que eles podem estar desperdiçando, não querendo naquele momento, pode fazer falta para outras escolas, aqui eles têm acesso a alimentos diferenciados, que pessoas lá longe, crianças, até mesmo adultos do sistema público não têm, é uma alimentação, não é uma merenda...”, ressaltou a mãe Heloane.

“... e essa transparência na aplicação do recurso, na destinação do recurso, é muito importante. Hoje os alunos têm consciência, até por uma questão de valorização da alimentação escolar que eles recebem, em saber que realmente o recurso que é destinado está sendo realmente aplicado na alimentação escolar”, completou o pai, Flávio.

Para o Professor Ormano Sousa, um dos palestrantes e membro do Conselho Escolar, a Escola Rotary vem se destacando pela sua organização dentro da sociedade. Em sua fala, ele mostrou aos alunos como eles fazem parte do processo de discussão.

"Fiz vê-los que eles são parte dessa sociedade com os pais, com todos os segmentos da sociedade e que, portanto, eles, diretamente, fazem parte desse processo de discussão da aplicação dos recursos referentes à alimentação escolar. Esse programa do PNAE é bastante envolvente, envolve o nível federal, estadual, municipal, e aqui nessa nossa discussão de nível municipal, que é a escola Rotary, fiz vê-los que a escola em que eles estão, embora seja pública, mas é uma escola que é paga, e paga por quem? Pelos próprios pais, pela sociedade, através dos impostos e por isso mesmo a necessidade da sociedade participar da aplicação de tudo quanto é recurso, essa é a importância da participação de todos”, frisou Ormano.

A coordenadora do Núcleo de Alimentação Escolar da Semed, Vanda Maia, destacou as ações governamentais que ocorrem a partir do financiamento dos recursos que a população paga e esse recurso é revertido em forma de serviços, ou na educação, ou na saúde, ou na segurança, ou na infraestrutura.

“Parabenizar a direção da escola por esse evento que visa conscientizar os alunos sobre essa política pública onde a temática trabalhada foi a alimentação escolar, achei muito interessante eles abordarem sobre a questão do desperdício, o ideal é que haja zero desperdício o que configuraria dinheiro público sendo jogado no lixo,  isso foi trabalhado de uma forma muito responsável dentro do ambiente escolar no sentido de conscientizar os alunos da importância desse alimento que é ofertado, uma vez que ele é pensado, planejado, é para atender as necessidades e trabalhar a temática de educação fiscal atrelado ao consumo da alimentação escolar e a zero desperdício de alimentos foi algo que eu, particularmente, fiquei muito feliz”, completou Vanda.

A gestora da Escola Rotary, Francimar Farias, explicou que a 2ª Escuta Pública é parte de uma das ações do projeto de educação fiscal Exercendo o Controle Social sobre o PNAE na Escola Rotary.

“Então, esse é o nosso projeto de educação fiscal e a escuta pública é uma das ações. A intenção dentro da Escuta é ouvir tanto pela parte da Secretaria de Educação, quanto da escola em relação à alimentação escolar, o alimento que é oferecido às nossas crianças e, dentro da escola a gente desenvolve esse projeto como forma de sensibilização para evitar o desperdício da merenda escolar, fazemos uma aferição diária da quantidade de desperdício, quando há desperdício e a gente calcula o que isso significa em dinheiro público e nossos alunos precisam ter essa consciência de que é o dinheiro dos impostos que são investidos nesses benefícios, e eles precisam acompanhar esses recursos,  precisam valorizar esses recursos que eles recebem dentro da escola através da merenda, através do mobiliário, através do computador, através de tudo aquilo que eles utilizam dentro da escola e nosso foco principal no momento é a alimentação escolar”, finalizou a gestora.

Como resultado concreto dessa ação a escola irá elaborar um documento a partir dos resultados apresentados por alunos e comunidade na Escuta Pública e enviar à Semed com sugestões para o aprimoramento do cardápio da alimentação escolar.

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